quinta-feira, 7 de maio de 2009

Eu, comigo mesmo.

Olá André, primeiramente sinta-se em casa, fique a vontade, quer um suco de milho?
- Ah, obrigado! É, vou aceitar.
- Aguarde um momento, já começamos ok?
...
- André, o que te trouxe até aqui?
- A vida.
- Ah, como assim a vida?
- Não sei, eu segui o caminho que ela me mostrou.
- Mas, você aceitou assim tão passivamente?
- Eu não tive outra escolha.
- Mas e se você tivesse tido outra escolha?
- Eu não teria chegado até aqui.
- E seu objetivo era mesmo chegar até aqui?
- É ir mais além.
- Mais além? Poderia me explicar melhor?
- Aqui é apenas o meu começo. Ainda tenho o caminho longo pela frente. Gentil da sua parte me receber em sua casa no meio do meu caminho. Estava mesmo precisando de um suco de milho.
- E a parte de ir mais além? Você sabe aonde vai chegar?
- Sim...não! Ah, mas isso importa agora?
- É, eu pensei que você tinha um objetivo, certo?
- A gente sempre tem. Mas o caminho sempre muda.
- Hm...fique mais a vontade, você está tão tenso.
- Posso me deitar naquele sofá? Faz tempo que eu não estico meu corpo e relaxo, o caminho estava tão longo e só de pensar que ainda falta quase tudo pra acontecer, me
da uma preguiça!
- Claro, como eu disse, sinta-se em casa.
- Agora que você se deitou, será que pode me explicar porque você está tão exaustivo?
- Aquelas pedras que pareciam de borracha, fizeram calos no meu pé. Olhe essas feridas! O vento estava tão forte que eu quase não chego aqui. Esse caminho parecia tão envolvente! As pedras pareciam mesmo de borracha.
- Fique em paz, de agora em diante, você vai levar esse par de sapatos, assim, quando você ver as pedras saberá que elas não são de borracha. E também leve esse cobertor, o vento pode estar muito forte, mas ele o manterá aquecido.
- Quanta bondade sua! Mas do que me adianta os sapatos e o cobertor, se eu já me esfolei todo naquelas pedras? Agora talvez meus pés se acostumem. E depois daquele vento, não há frio que me derrube.
- André, você já conhece o caminho, está cheio de pedras, aceite minha ajuda. Ela é sincera e de bom coração.
- Mas é claro que eu vou aceitar, e vou usa-los. Mas você não entendeu. Eu já senti todas as coisas que poderão surgir em meu caminho. Esses sapatos e o cobertor só vão me livrar daquilo que eu já sei.
- Só estava querendo te livrar de mais incômodos no seu longo caminho. Desculpe.
- Poxa, você deveria me chamar pra entrar quando iniciei esse caminho.
- E você se esquece que eu não moro no começo da estrada? Eu estou quase no meio.
- Como assim? Não é possível você saber nada do meu caminho. Muito menos o tamanho dele pra localizar o começo e o meio.
- André, não me referi ao seu caminho. Eu disse que eu moro no meio do caminho.
- Grande coisa, se você não está no meu caminho, então qual é o motivo de você ter me convidado pra entrar?
- Sim, eu convidei. Mas quem aceitou? Foi você!
- Ta, me de logo esses sapatos e o cobertor, se eu não usa-los, pra alguma coisa eles servirão.
- Vá com Deus.

Um comentário:

  1. nossa....bem inspirado hj hein?rs
    espero q seja assim sempre!
    qro ver atualizações todos os dias!
    =D

    amo vc!

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